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15 de julho de 2013

Minha vida sem mim

Durante um tempo achei que vivia plenamente e que aproveitava tudo o que a vida poderia me oferecer. Era feliz, ou achava que era.

De repente o que eu achava certo se tornou errado. Custei a acreditar, briguei, chorei, insisti, persisti até não me restarem mais forças. Chegou o fim do caminho e tive que escolher entre continuar lutando ou desistir.

Desisti.

Mas o que mais dói é perceber que a vida não para, o mundo não para, não importam os motivos ou as argumentações, o tempo passou e a sensação de que você ficou para trás é inevitável.

Cair no mundo real nos faz ralar os joelhos, nos deixa com lágrimas nos olhos e agonia no coração.

Muita coisa mudou e você percebe que não participou de nada disso. O sentimento de injustiça predomina, mas a escolha foi minha e recuperar tudo isso também depende só de mim. Parece fácil, mas não é. As pessoas não confiam mais em você, já não sentem mais a sua falta.

A vida continuou e a sensação de que você não faz mais parte dela é revoltante. O que antes era fácil hoje necessita de muito esforço: a saúde, a autoestima, a confiança, a inteligência, a conversa leve, as risadas ...

Se me arrependo? Não. Aprendi muito e conheci um sentimento incrível e verdadeiro, só que ele se transformou em doença, em loucura.

Preciso correr atrás do prejuízo, preciso saber quem eu sou e como serei daqui pra frente, me redefinir para provar a mim mesma que eu ainda sou capaz. Assim também espero provar para os amigos queridos que estou de volta.

Não sou tão inocente a ponto de acreditar que as coisas serão como antes, mas algumas pessoas fazem falta, amigos que um dia foram especiais e que eu magoei. Já me disseram que somente os verdadeiros ficam, de fato se não fossem estes eu estaria perdida, mas preciso me redimir, pedir desculpas pelo que fui.

Estou tentando e espero nunca mais ter que desistir e recomeçar.