Existem famílias que sempre foram pobres de espírito,
famílias que nunca tiveram uma expectativa de vida e estão vivendo felizes, uns
com os outros. Por outro lado existem famílias batalhadoras, que sempre buscam
o seu melhor e sempre se ajudam a trilhar o caminho da vida. Mas a descrição de
famílias vai muito além disso, é muito mais complexo do que apenas se amarem ou
não. Ter condições sociais ou não.
Algumas pessoas acreditam em carma, outras no destino,
outras em vidas passadas, outras em aprendizagem do ser humano, outras em nada.
Existem pessoas que levam a sua família nas costas como um caramujo, e há
aquelas que vivem a sua vida e deixam a família fazer algumas participações
especiais. Em outras família é mais fácil puxar o tapete de alguém e ser
superior.
Não tenho a prepotência de dizer quem está certo ou quem
está errado, tenho a minha crença e sei bem no que acredito. Agora, gostaria de
entrar em outra questão, e as nossas necessidades?
Isso mesmo as necessidades. De um dia chegar empolgada do
trabalho e poder compartilhar esta alegria, chegar revoltada do trabalho ou da
faculdade e poder despejar em casa, naquela pessoa que você sabe que pode
confiar. Ficar doente e saber que haverá um abraço de consolo, um remedinho na
cama. Nos momentos de dificuldade financeira poder contar com o apoio de quem
pode, mesmo que esse apoio sejam apenas palavras de incentivo e de coragem para
que possamos seguir em frente. Receber visitar e ir a festas sem precisar
fingir que ama aquele que mora contigo.
Necessidade de apoio, carinho, compreensão e por que não de convivência.
Será que o dever da família é simplesmente um existir? Será que o dever de uma família
é mentir? Brincar de ser feliz?
Tenho amigos que comentam que família só serve para
casamentos ou velórios. Por quê? Infelizmente na minha família nem mesmo isso
acontece.
Sinto todos os dias que durmo com o inimigo, aquele que não
perde a oportunidade de me apunhalar, de descontar coisas de seu passado ao
qual eu não fiz parte. Seja com um olhar, com uma briga, com um xingamento
disfarçado, ou até mesmo com o silêncio ....
Problemas emocionais, uma tempestade que ameaça me pegar de
jeito, uma operação que o SUS não cobre, um convênio que não existe, um pai que
nem sabe a data de nascimento da filha, entre tantas outras coisas o que mais
importa na verdade é o dinheiro. As vezes penso que nem isso, que o importante mesmo é pisar em quem
já está na merda, para ter o gostinho da vitória e sentir o sabor da
superioridade.
Drama? Nos dias de hoje está na moda. Mas se alguém souber a
resposta da minha pergunta, estarei aqui esperando ...