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15 de maio de 2008

As estrelas bem pertinho de nós



A tecnologia do Planetário é complexa mas encanta gerações com suas apresentações e a cada dia que passa fica melhor

O Planetário Aristóteles Orsini, mais conhecido como o Planetário do Ibirapuera, passou por uma intensa reforma e agora funciona com equipamentos de última geração.
A diferença básica entre o projetor antigo Zeiss III, e o novo StarMaster ZMP está no tipo de operação. O antigo era muito mecânico, cheio de engrenagens e interruptores; O novo tem uma operação totalmente informatizada.
“A simulação do céu é ótima, mas a tecnologia não é tudo. Não basta ter um monte de fibras óticas e um sistema computadorizado, se ele não se preocupa com os detalhes. Destes computadores o que dá para fazer é acender tudo ou apagar tudo, no antigo dava para você decidir mostrar somente as mais brilhantes, as menos, ou até mesmo colocar algumas a mais. O pessoal da Carls Zeis (empresa fabricante dos equipamentos) antigamente e preocupava com os detalhes, mas agora é só produtividade.”Conta Daniel Kutskovisk Soler de 22 anos, funcionário do Planetário.
Mas o diretor do Planetário Fernando Nascimento conclui: “É com o apoio da tecnologia que conseguimos desenvolver o nosso trabalho de sensibilização e conscientização acerca das questões do universo. A tecnologia é fundamental, pois ela permite dar a sensação de imersão e de realidade.”
No StarMaster ZMP há uma lâmpada central interna e a sua volta uma série de fios de fibra ótica, projetando assim 9.100 estrelas por 12 janelas e é apartir daí que todos os sistemas de lentes diz para onde as luzes devem ir.
Além dele há também 3 computadores e um projetor de Slides. O primeiro computador é só para o StarMaster (que fica no centro da sala) que controla as estrelas e ao seu redor há mini projetores específicos para cada planeta, Sol e Lua, pois eles se movimentam. E alguns recursos ditáticos como projetar a linha do horizonte.
O segundo computador usa o sistema Adobe Audison que cuida das músicas, da marcação do tempo e é ligado a uma mesa de som de 4 canais para o microfone (quando necessário). Já o projetor de Slides é ligado a um espelho que manda as imagens para o teto, ele é usado em algumas apresentações para mostrar fotos de Deuses e de algumas constelações.” Já que não é possível fazê-lo nos computadores ou no painel, demos o nosso jeitinho brasileiro.”
Todos os computadores da sala são ligados no computador três (3) quem tem 2 HD’s, uma para executar o básico do o StarMaster e o outro para fazer cálculos astronômicos, podendo assim projetar o céu em qualquer local, hora e época. Na mesa fica também um painel manual que pode por exemplo girar o sol, dar movimentos de latitude e dar a idéia de que o tempo passou mexendo na posição das estrelas.
O Planetário conta com uma equipe que planeja as apresentações, o roteiro, o áudio, a parte educativa, a científica e também fazendo as atualizações astronômicas. Para a instalação dos projetores e computadores foram gastos aproximadamente 5.800.00,00 (cinco milhões e oitocentos mil reais), sem contar com a mão de obra e toda esta operação.
Tudo isso parece muito difícil, mas para eles é gratificante “Parece difícil mas nem é tanto, ainda mais quando você trabalha com o que gosta. E é muito gratificante quando no meio de uma apresentação escutamos um “Nossa que lindo!”, então pensamos que o nosso trabalho foi bem realizado.” Diz Daniel.
Lógico que falhas acontecem como por exemplo travar o Software, a música que entra no momento errado, mas nada de muito pavoroso que não pudesse ser resolvido na hora. Estes erros são raros pois antes de toda apresentação é feito um teste geral, mas nada é impossível.
Segundo Fernando isso nem chega a ser um problema: “A principal dificuldade é manter o Planetário e isto reside no fato de o equipamento ser muito específico, os custos são altos para a manutenção (predial e equipamentos). É muito difícil encontrar pessoas qualificadas para a manutenção e a administração dos equipamentos.”
Por isso que a reforma demorou, todos os equipamentos são de Paris, mas o planetário está treinando alguns funcionário para a função.
Hoje o Planetário tem um público diverso com uma média de 10 a 12 mil visitantes por mês entre eles grupos escolares, familiares e grupos espontâneos. “É está magia que chamam os visitantes. Deixa o aprendizado muito mais fácil, faz os alunos se interessarem e com vontade de voltar com os familiares e quando crescem voltam com amigos e namorados. Aqui é um bom programa sempre.” Informa Paula Tshirk de 39 anos, professora de ensino fundamental na E. E. Ary Barroso.
Com isso Fernando conclui: “A beleza do Planetário está na sua diferença com um observatório. Um observatório busca imagens do céu a olho nu ou com um telescópio; Já o Planetário traz o céu para o visitante, é uma representação do céu local ou de outros lugares distantes. Uma boa alternativa para uma cidade com um céu tão sujo como o de São Paulo.”
E realmente quando as luzes se apagam e o projetor é ligado, exibindo simulações do Universo ou até mesmo do nosso céu é impossível não se emocionar ou sentir arrepios.

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