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16 de abril de 2009

Entre o certo, o errado e o amor

Ontem não tinha muita coisa para fazer então dei um pulinho ali no Cine Unibanco e por sorte consegui pegar a última sessão de "O Leitor". Muita gente me falou desse filme, mas não tinha tido a oportunidade.

No início achei que ia ser mais um filme de drama amoroso, daquele em que os amantes são obrigados a se separar (já que o menino tem 15 anos e a mulher uns 30 e pouquinhos) e depois de algum tempo se reencontram e o amor floresce entre ambos. Mas não, o filme é muito mais do que isso.

A relação entre eles não é apenas sexo, é uma troca. Ele lê para ela e a leva para mundos onde ela nunca imaginou ver e ela o ensina as artes do Kama Sutra. Com isso eles acabam se apegando e a coisa toma um rumo que eles não esperavam, até que um dia ela decide deixá-lo curtir a sua juventude e vai embora.



Depois de um tempo ele vai para a faculdade de direito e é levado por um professor para estudar um determinado caso. Ele fica espantado quando a vê no banco dos réus, acusada de matar centenas de judeus na época em que trabalhou como guarda do campo de concentração de Aushwitz.

E sabe o que é mais interessante? Ela pedia para que as suas vítimas lessem para ela. Enquanto uns achavam absurdo esse ato, ela contra-atacava dizendo que não queria matar ninguém, mas que era a sua função e que não tinha outra escolha. Então ela solta uma pergunta da qual eu ainda penso muito a respeito "O que você faria?", difícil essa, né?

Tão difícil quanto o lado dele que tem uma chance de salvá-la, de mudar o rumo do processo, mas se cala. Ele bem que tentou, lutou contra as suas lembranças mas no final decidiu não interferir, até porque parece que ela quer isso (por vergonha de confessar que não sabia ler e nem escrever) então ela acaba condenada a prisão perpétua.

O tempo passa, ele esta se divorciando e vai a um encontro com a filha. Vida normal? Acho que não. A própria filha comenta o quanto ele era distante e como ela não o conhece, não sabe quem é o próprio pai. Uma pessoa que vive culpada de coisas que aconteceram no passado, coisas que ele fez ou que deixou de fazer, com consequencias que duram a vida inteira.


Com o divórcio ele vizita a mãe e "acha" os livros que ele lia para o seu amor, dezenas de livros encaixotados por anos. Então ele decide. Pega um gravador, começa a gravá-los e manda para ela na prisão. Uma volta no tempo que dá coragem a uma velha de uns 80 anos, que aprende a escrever (sozinha) para poder falar com ele.

Depois de 20 anos presa e a idade pesando, o juiz decide que ela pode sair. Quando todos pensam que haverá um encontro e que ele será mega emocionante, o diretor nos pega e acabamos ficando tão receosos quanto os personagens e chorosos quando vemos que a única opção que ela escolheu foi a morte.
E no entanto a pergunta que nos fica na cabeça é "O que você faria?"

2 comentários:

Thais disse...

Esse menino é muito gaaaaaaaaaaaaaaaaato!!!!!! hahahaha mas o filme é bom também! :D

Andréia Félix disse...

Thataaaa, você contou o final do filme! Eu já vi e já sabia, mas e quem não viu? haha Não precisa contar o filme todo, né? haha

Bjão!